segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ora bem pessoal, segunda-feira é dia de livro no Universo Wrestling, pelo que, como não tenho bem a certeza de a quantas andamos no livro do Eddie Guerrero, decidi lançar um novo livro enquanto andamos aqui pelo endereço temporário, sendo que, quando retornarmos a casa os dois livros serão apresentados simultâneamente.

Fiquem então com as palavras de Mick Foley....



Introdução

Originalmente, comentei com Vince McMahon uma ideia para um novo livro em Junho de 2005, após ter lido “Três noites em Agosto”, de Buzz Bissinger. Fui cativado pela capacidade de Bissinger em permitir aos leitores um acesso sem precedentes à mente de Tony La Russa, treinador dos St. Louis Cardinals, e pela quantidade de conhecimento que se poderia retirar desse acesso – uma série de três jogos aparentemente irrelevante contra os Chicago Cubs (certo, não era irrelevante naquela altura, mas seria se olhássemos para ela através de uma perspectiva histórica) adquiriu uma magnitude extraordinária quando vista através dos olhos de La Russa.

Eu queria escrever o mesmo tipo de livro sobre a WWE. Queria ser como Buzz Bissinger, mas pretendia criar um equivalente WWE de “Três Noites em Agosto” – maior, melhor, ainda que indubitavelmente não tão bem pesquisado ou escrito. Queria escrever “Maníaco – Dentro da Mente de Vince McMahon na Wrestlemania”. A ideia pareceu agradar ao Vince, e planos foram estabelecidos para publicar o livro na Primavera de 2007.

Sem a tempestade de neve, pode questionar-se se “Diários de Hardcore” alguma vez viria a existir. Um nevão gigante cobriu grande parte do Nordeste, na segunda semana de Fevereiro de 2006, impedindo centenas de aviões de descolarem e lançando a duvida sobre a probabilidade de eu aparecer, como combinado, na edição de 13 de Fevereiro do Raw – o momento designado para começar o meu ângulo para a Wrestlemania (ou “storyline”, em linguagem corrente) com o Edge. Eu precisava mesmo chegar até aquele espectáculo. E o Vince McMahon garantiu que eu conseguia lá chegar – oferecendo-me um lugar no avião a jacto corporativo da WWE.

Quando estávamos a caminho do Raw, que viria acontecer em Greensboro, na Carolina do Norte, o Vince perguntou-me pelo livro. Tentei recusá-lo da maneira mais gentil possível. “Não tenho a certeza se serei capaz de escrever um livro sobre a Wrestlemania, quando irei representar um papel tão importante nela.”

Vince acenou com a cabeça, simpatizando com a minha lamentação literária. “Sabes, Mick”, disse-me, “porque não esqueces essa ideia e escreves uma nova autobiografia?”.

“Isso é mesmo o que o mundo precisa, Vince”, brinquei, “um terceiro volume das minhas memórias”.

Mas Vince não se deixou persuadir. Com vários membros da equipa criativa da WWE como testemunhas, o Vince passou vários minutos a elogiar as minhas capacidades literárias, fazendo o seu melhor para me convencer que o mundo precisava mesmo doutro volume de memórias de Mick Foley. Bem, se Winston Churchill fez três, porque não eu? Quem é que Winston Churchill alguma vez venceu num ringue? Disse ao Vince que começaria a viajar com um caderno de notas, e escreveria sobre os acontecimentos à medida que me fosse lembrando deles.

Mas mesmo assim, até ao meu telefone ter tocado alguns dias mais tarde, pensei realmente que o Vince estava apenas a ser simpático comigo, apenas a tentar ganhar alguns pontos até ao inevitável dia em que eu ficaria zangado acerca de um pagamento ou de alguma decisão criativa questionável.

O telefonema foi de Dean Miller, o responsável principal da WWE pelo acordo de publicação com a “Pocket Books”, uma subdivisão da Simon & Schuster. “Então, disseram-me que vais escrever outro livro para nós”, disse o Dean. “Sim, parece que sim”, respondi.


Na verdade, não fazia a mais pequena ideia sobre o que iria escrever. Talvez, pensei, não tivesse de escrever sobre nada. Eu vinha a escrever uma crónica semanal no website da WWE há dois meses. Algumas delas eram mesmo muito boas. No seu melhor, eram inteligentes e provocadoras. No pior das hipóteses, eram “palha” com histórias divertidas – textos que escrevia cerca de uma hora antes do prazo de entrega. “Ouve, Dean, haverá algum problema se eu incluir algumas das minhas crónicas da Internet?” perguntei, pensando já que o livro inteiro seria composto pelas minhas crónicas da Internet. “Não creio que isso seja um problema”.

Excepto o facto de que havia um problema – a minha maldita consciência. Claro, um livro composto por crónicas já previamente escritas e publicadas na Internet seria bastante fácil. Mas eu tinha tanto orgulho no facto de ter escrito os meus primeiros dois livros – “Have a Nice Day” e “Foley is Good” – que qualquer leitor razoavelmente astuto iria correctamente depreender que eu estaria simplesmente a falsear o terceiro acto desta trilogia. Que desilusão seria – quase ao estilo do “Porky’s III” e da forma como diminuiu a credibilidade dos primeiros dois clássicos “Porky’s”.

Assim, passado algum tempo, concluí que iria escrever sobre outra coisa – só não sabia o quê.

Por volta da segunda semana de Abril, uma explosão gigante de inspiração aparentemente atingiu-me, o que me fez crer que tinha uma história incrível para o próximo evento em PPV, o “One Night Stand II”.

Infelizmente, a minha editora na Pocket Books, Margaret Clark, telefonou-me no momento mais inoportuno possível. “Posso contar com um manuscrito completo até dia 4 de Julho?”, queria ela saber. 4 de Julho? Estará louca a mulher? Onde é que eu ia arranjar tempo para escrever quando tinha de imaginar, visualizar, concentrar-me, viajar, lutar e ainda – ou não – voltar ao ginásio? E sobre o que é que haveria de escrever?

Uma segunda explosão de inspiração atingiu-me. É isso mesmo, pensei. Será isto o livro. Imaginar, visualizar, concentrar-me, lutar, até voltar ao ginásio. A ideia será o livro. O livro será a ideia. Eu irei simplesmente traçar o curso desta ideia desde a sua concepção até à sua consumação – uma viagem intensa de seis semanas que irá permitir aos nossos fãs um acesso sem precedentes às reuniões, aos telefonemas, às tropelias dos bastidores, às gravações televisivas e, derradeiramente, ao ringue de wrestling, onde a ideia irá, por fim, decorrer.

Afinal, sempre poderei ser como Buzz Bissinger. Mas em vez de entrar na mente de Tony La Russa, terei de entrar na minha própria mente.

Preparem-se – esta será uma viagem cheia de solavancos.


in Foley, Mick,
“The Hardcore Diaries”,
tradução por Rute

O Diário Hardcore de Mick Foley (0)

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